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09 agosto, 2006

Caixilharia em PVC (policloreto de vinilo)

Nos últimos 30 anos e com o contributo de importantes investigações, tem-se vindo a intensificar o uso do PVC e inclusive aqueles que eram mais renitentes, deixaram-se convencer, dando a mão à palmatória, pelos argumentos a favor da utilização deste material.

O PVC obtém-se das seguintes matérias-primas naturais:

Petróleo (Cn Hm) e o sal comum (Na Cl). Inicialmente os caixilhos de PVC foram idealizados para serem utilizados em áreas exteriores, de uma casa ou edifício, uma vez que na sua estrutura possuem aço galvanizado o que os torna bastante resistentes às quebras. Actualmente, são cada vez mais os projectos que indicam a sua colocação também no interior.

O PVC apresenta as seguintes características:

- Elevada resistência à acção de agentes químicos tais como, sais, álcoois, cal, cimento, gordura, água do mar, gasolina, tendo por isso um comportamento e durabilidade excelente quando colocado em ambientes mais agressivos como é o caso de zonas de fábricas, tráfego automóvel intenso, etc.

- É muito resistente aos fungos, á humidade e a processos de apodrecimento.

- Muito boa resistência aos raios ultravioleta da luz solar, daí que os caixilhos apresentem sempre um aspecto brilhante.

- Sendo um material termoplástico, pela acção do calor, permite ser moldado de forma a adquirir uma nova geometria, mantendo a consistência inicial e conservando a nova forma ao arrefecer.

- É reciclável e reciclado.

- É termoestável e não condutor, o que significa que as variações de temperatura, ao comportarem contracções e dilatações, não se propagam ao longo dos perfis. Isto traduz-se na possibilidade de se obter uma caixilharia de peças únicas, sem a necessidade de parafusos, pregos, colas ou outros acessórios.

- É isolante térmico, o que significa que para além de possibilitar um agradável conforto interno, possibilita poupança de enrgia.

- É isolante acústico.

- É auto extínguivel, ou seja, não alimenta a sua própria combustão.

- A densidade do PVC é de 1,470 Kg/dm3 (quilograma por decímetro cúbico), sendo por isso um material bastante leve.

- É um material idóneo para ser utilizado em hospitais, indústria alimentar, já que não se dá o desenvolvimento de bactérias.



OUTRAS CONSIDERAÇÕES


PVC, o que é?

De nome Policloreto de Vinilo. É um material plástico sólido, que se apresenta na sua forma original, como um pó branco. Fabrica-se por polimerização do monómero de cloreto de vinilo (VCM) que, por sua vez, é obtido do sal e do petróleo. Foi patenteado como fibra sintética faz mais de 80 anos e em 1931 deu-se início à sua comercialização. O consumo mundial é actualmente de cerca de 30 milhões de toneladas por ano, das quais 25 % são utilizadas na Europa Ocidental, o que o torna num dos plásticos com maior procura.

De onde provém?

43 % do peso da molécula de PVC provém do petróleo e 57 % do sal, fonte inesgotável. Pode, portanto, afirmar-se, que o PVC é o plástico com menor dependência do petróleo, de que há disponibilidade limitada, por outro lado, é de destacar que só 4 % do consumo total do petróleo se utiliza para fabricar materiais plásticos, e desses, só uma oitava parte corresponde ao PVC.

Como é?

Leve, quimicamente inerte e completamente inócuo. Resiste ao fogo, ás intempéries, é impermeável e isolante (térmico, acústico e eléctrico), de elevada transparência, protege os alimentos, é económico (relação qualidade/preço), fácil de transformar (por extrusão, injecção, moldação-sopro, calandragem, termo-moldação, prensagem, recobrimento e moldagem de pastas) e reciclável.

Em que se utiliza?

33 % em tubagens e acessórios
18 % em perfis
16 % em filme e chapa
7 % em cabos eléctricos
3 % em garrafas
23 % outros


Qual a sua vida útil?

Utiliza-se principalmente em aplicações de longa duração.

Longa Duração => 64 %
Tubos, janelas, portas, móveis. A sua vida útil varia entre os 15 e 100 anos.

Média Duração => 24 %
Electrodomésticos, automóvel, tapeçarias, mangueiras, brinquedos. A sua vida útil varia entre 2 e 15 anos.

Curta Duração => 12 %
Garrafas, bidões, filmes para embalagens, blisters. A sua vida útil varia entre 0 e 2 anos.

Quem o fabrica?

Actualmente, em Portugal, existe apenas um único produtor de PVC: a Companhia Industrial de Resinas Sintéticas, CIRES, S.A., situada em Estarreja, e com uma capacidade de produção anual de cerca de 130 mil toneladas, que cobre as necessidades do país. Esta companhia subscreveu o compromisso do progresso (Responsible Care), um compromisso activo e público das empresas para o continuo progresso das suas actividades em relação à segurança, à saúde e ao meio ambiente, coordenado em cada país pela correspondente federação química.

Flexibilidade e Formulação

As características especiais do PVC permitem-lhe ser formulado com diversos aditivos, dando origem a compostos que se destinam ao fabrico de produtos rígidos ou flexíveis, transparentes ou opacos, compactos ou espumas. Os aditivos que se utilizam, tanto no fabrico do PVC como dos seus compostos, estão sanitariamente autorizados e cumprem as prescrições exigidas pelas legislações portuguesa e comunitária. A inocuidade do PVC, referenciada pela experiência de mais de 50 anos, torna-o um material óptimo para aplicações médicas, sanitárias e alimentares que requerem um alto rigor de pureza e qualidade.

A sua estabilidade, uma vantagem

Tal como a maioria dos plásticos, não se degrada nem se dissolve na água, não apodrece, o que é uma vantagem, pois permite-lhe ser um material idóneo para aplicações de média e longa duração (88 %), o que constitui uma vantagem competitiva sobre outros materiais não degradáveis. No entanto, o uso do PVC, como grande generalidade dos materiais sintéticos, comporta no final a sua reaparição como resíduo. Há que considerar, neste caso, fundamentalmente as aplicações de curta duração (12 %).

Reciclagem mecânica

Por este método consegue-se dar uma segunda vida ao material, transformando-o noutro objecto de PVC completamente distinto do original. Este procedimento é utilizado praticamente desde o início da comercialização do PVC, e é muito utilizada em diversos países da União Europeia. Para melhor se aproveitar os 0,7 % de PVC contido nos resíduos sólidos urbanos (RSU), é necessário efectuar uma recolha selectiva dos materiais. Em Portugal criou-se recentemente a Sociedade Ponto Verde (SPV) que tem a responsabilidade da retoma dos resíduos urbanos previamente recolhidos e garantir a sua reciclagem (encaminhamento, reciclagem e destino final dos materiais reciclados).

Valorização Energética

Este sistema permite a recuperação da energia contida no PVC. Uma vez concluida a função para que foi criado, recupera-se a energia térmica que contém, ao queimar-se numa incineradora com depuração de gases. A presença do PVC nos resíduos sólidos urbanos não apresenta nenhum problema para as instalações de incineração equipadas com sistemas de neutralização e depuração de gases como preconizam nas directivas 89/396 e 89/429 da UE, de cumprimento obrigatório.

Valorização da matéria prima

Neste caso submete-se o resíduo plástico a diversos processos quimicos para ser decomposto em produtos mais elementares. Este procedimento encontra-se actualmente em fase de experimentação.

A chuva

Os vulcões, pântanos, turfeiras, incêndios florestais, entre outras, são fontes naturais de dióxido de enxofre (SO2) e de óxidos de azoto (NO) principalmente, e, em menor medida, de ácido clorídrico (HCL), os quais contaminam a chuva e lhe conferem uma certa acidez (chuva ácida) nas zonas onde ocorrem estes fenómenos naturais. As centrais térmicas, algumas indústrias e actividades humanas, tão usuais como o uso do automóvel e o funcionamento dos aquecimentos domésticos, produzem um efeito semelhante.

Há a sublinhar, no entanto, que do total da chuva ácida possível, só 2 % são atribuídos ao HCL e, destes 2 %, unicamente 0.25 % poderiam corresponder à incineração do PVC, no pressuposto de que nenhuma incineradora utilizasse o sistema de neutralização de gases obrigatório. Uma vez mais há que recordar as Directivas Europeias obrigam à existência deste equipamento, independentemente de que os RSU contenham ou não PVC.

Tecnologia Limpa

Os ensaios que se realizaram em incineradoras municipais de Paris, Hamburgo, Milão, Amesterdão, Pittsfiel (Massachussets), etc., demonstram que a formação de dióxinas é independente da presença de PVC nos RSU mesmo quando o conteúdo do PVC seja aumentado em 5 vezes a sua quantidade habitual. Também chegaram a estas conclusões as universidades de Umea (Suécia), Leidem (Holanda) e outras. A tecnologia actual, através de um controlo analítico das emissões e das condições de operação tais como a temperatura, tempo de permanência na câmara de combustão, turbulência, excesso de oxigénio (O2), etc, permite garantir o total respeito pelo meio ambiente e pela segurança da população. As directivas comunitárias recolhem a descrição da melhor tecnologia disponivel na actualidade.

Não é inflamável

O PVC não se inflama. Está classificado como material não propagador de chamas, tanto pelas companhias de seguros como por organismos europeus e norte americanos. O seu comportamento perante o fogo é melhor que o de outros materiais alternativos. Em caso de combustão, os gases produzidos pelo PVC são fundamentalmente o CO2 e HCL. O HCL resultante, nunca foi considerado de elevado risco, já que a sua fácil detecção por intermédio do olfacto o faz actuar certamente como alarme. E em nenhum caso é comparável, por exemplo, ao monóxido de carbono (CO), que é incolor e inodoro e resulta mortal em doses mínimas.

Completamente inócuo

O PVC não é, nem pode ser, cancerígeno, devido à sua inércia química. Esta afirmação está confirmada por diversos estudos, especialmente, para citar o mais recente, as últimas experiências em grande escala realizadas pelo Dr. Maltoni, cujos resultados foram apresentados no Simpósio de Trieste em Julho de 1993. Precisamente pela sua inocuidade é habitualmente utilizado em sectores que requerem um elevado grau de pureza e qualidade, tais como o alimentar, o sanitário e o hospitalar, em que as suas prestações têm um amplo acolhimento.

Para concluir: o seu ecobalanço

A análise do ciclo de vida (ACV) é uma técnica científica e objectiva que trata de valorizar a relação entre os recursos naturais usados, a energia utilizada durante a sua produção, no desenvolvimento da sua vida útil e a sua conversão em resíduos. A esta técnica também se chama ecobalanço e é uma ferramenta indispensável para:

- Que os legisladores possam decidir as normas para o meio-ambiente

- Comparar produtos e processos, determinando qual é o mais conveniente do ponto de vista meio-ambiental

- Analisar de forma independente cada uma das etapas que constituem o ciclo de vida de um produto, fabricação, distribuição, consumo e eliminação dos resíduos gerados

- Ajudar a decidir qual o produto e o processo mais adequado num determinado âmbito, isto é, num país, num tempo, numa circunstância...

O modelo europeu desenvolvido até agora para estabelecer o ecobalanço, não foi reconhecido universalmente. No entanto, os estudos realizados até à data em produtos concretos, tais como embalagens e janelas, mostram uma excelente posição ecológica do PVC: