Jcivil

Artigos,Dimensionamento e Respostas a todo o tipo de dúvidas sobre engenharia civil. Realizamos Projectos de Arquitectura e Todas as Especialidades, inclusivé Gás. projectos_galvao@yahoo.com.br

05 junho, 2007

Estabelecimentos Comerciais

Estabelecimento de bebidas:

Ex: Bar, Cervejaria, Café, pastelaria, Confeitaria, Cafetaria, Casa de Chá, Gelataria, Pub e Taberna.

Estabelecimento de Restauração:

Ex: Restaurante, Marisqueira, Casa de Pasto, Pizzeria, Snack-Bar, Self-service, Eat-Driver, Take-Away e Fast-Food.

Estabelecimento de Restauração ou Bebidas com salas ou espaços destinados a dança:

Ex: Discoteca, Clube Nocturno, Boite, Cabaret e Dancing.

Estabelecimento de Restauração e Bebidas Misto:

Os que prestam simultaneamente serviços de restauração e bebidas, conforme os requesitos mencionados anteriormente.
Os processos para estes estabelecimentos são apresentados na câmara municipal e seguem o regime jurídico de urbanização e edificação.
Pode ser feito um pedido de informação prévia na câmara municipal. Caso se trate de um estabelecimento com sala ou espaços de dança, é necessário consultar o governador civil.
O licenciamento da construção deve ser requerido à câmara municipal e instruído segundo a portaria 1110/2001.
O licenciamento/autorização carece sempre do parecer do Serviço Nacional de Bombeiros e da Autoridade de Saúde.
Após a obra concluída, o requerente de requerer à câmara municipal a emissão da licença/autorização de utilização. No prazo de 30 dias é realizada uma vistoria.
Concedida a licença/autorização, o titular deve requerer à câmara municipal a emissão do alvará que a titula.
NOTA:
Os Estabelecimentos de Restauração e bebidas podem ser classificados de Luxo ou Típicos, se cumprirem os requisitos definidos no regulamento.
O pedido de classificação deve ser feito mediante requerimento à Direcção Geral de Turismo, sendo feita uma vistoria no prazo de 45 dias.
VISTORIA: Segundo DL 57/2001 de 11 de Maio
É efectuada por uma comissão composta por:
- 3 técnicos designados pela câmara municipal;
- Delegado, ou adjunto, concelhio de saúde;
- 1 representante do SNB (serviço nacional de bombeiros);
- 1 representante da FERECA (federação da restauração, cafés, pastelarias e similares de Portugal);
Na ausência do delegado, ou adjunto, concelhio de saúde, desde que regularmente covocado, não é impeditiva nem constitui justificação da não realização da vistoria nem da concessão da licença/autorização de utilização.
A referida comissão depois de proceder à vistoria elabora o respectivo auto, entregando uma cópia ao requerente.
Quando o auto de vistoria conclua em sentido desfavorável ou quando seja desfavorável o voto, fundamentado, do delegado concelhio de saúde ou do SNB, não pode ser concedida a licença/autorização de utilização.

23 março, 2007

Recurso a Explosivos em Demolições

O avanço da tecnologia proporciona o aparecimento de métodos alternativos de demolição de edifícios. A indústria de demolição e reciclagem de materiais, apresenta-se como uma componente fundamental no esforço constante de mudança e de adaptação das condições humanas ao meio ambiente envolvente, configurando-se a demolição de estruturas pelo uso controlado de explosivos como uma técnica alternativa aos tradicionais métodos de demolição.
Vamos, aqui, abordar, de forma geral, o uso de explosivos como meio de demolição de estruturas, referindo entre outros:
- A necessidade do seu emprego;
- O âmbito da sua aplicação;
- As técnicas de demolição com recurso ao uso de explosivos;
- Uma abordagem à sequência de um projecto tipo.
Grande parte do parque habitacional português, fruto da sua idade avançada, encontra-se bastante degradado. Deste, o número de estruturas de betão cujo período de vida útil está a chegar ao fim é crescente. Tal facto constitui um prenúncio de crescimento acentuado da indústria da demolição, a qual deverá necessariamente ser conhecedora de todos os mecanismos necessários para fazer frente aos desafios que o futuro lhe reserva.
A técnica de demolição pelo uso controlado de explosivos é ainda relativamente desconhecida da maior parte dos empreiteiros portugueses। Muito utilizada no estrangeiro, ela constitui uma alternativa, rápida, prática, ecológica e económica, às técnicas tradicionais de demolição, nos locais onde as condições físicas e ambientais o permitam.
Trata-se de um método onde o processo de demolição é controlado, ao contrário do que sucede nalguns métodos tradicionais, tais como, a demolição por embate, empuxe, tracção e escavação (as que são mais utilizadas no nosso país). Tem como principais vantagens a sua segurança, uma vez que no momento da demolição os trabalhadores não estão no local.
Este processo de demolição permite também uma redução significativa dos custos envolvidos, não propriamente pelos custos da demolição em si, mas pela diminuição da duração do contrato de demolição। Esta vantagem permite ainda diminuir os efeitos ambientais que, embora não deixem de existir, são concentrados no tempo. Enquanto que, numa demolição pelos métodos tradicionais, o ruído e o pó provocados se prolongam pelo tempo de duração da demolição de forma permanente, numa demolição pelo uso controlado de explosivos estes factores são circunscritos ao instante do colapso da estrutura.
Pese embora o conjunto das vantagens apontadas, torna-se pertinente referirque este método deve ser referenciado como alternativa aos existentes, devendo estudar-se a sua aplicação para cada caso. No nosso país tem-se aplicado na demolição de edifícios de BA (betão armado), complexos industriais e outros. O hotel Atlantis, na Madeira, e os edifícios da Torralta, em Tróia, são exemplos flagrantes dessa aplicação.
Há situações em que o recurso a explosivos não é aconselhado, uma vez que o risco da sua utilização supera os benefícios. Pode exemplicar-se como tal os locais de grande densidade populacional onde é impraticável a evacuação dos habitantes, nas imediações de hospitais, em locais onde o colapso do edifício pode provocar estragos em propriedades ou edifíos adjacentes, e, por fim, em locais onde exista grande concentração de computadores, como por exemplo, centros de informática.
DESCRIÇÃO DO MÉTODO

15 fevereiro, 2007

Compra de Casa, Passo a Passo

A PROCURA - COMO PROCURAR?

- Através de anúncios nos jornais ou publicações especializadas;
- Recorrendo a agências imobiliárias;
- Procurando anúncios afixados nos próprios prédios;


A ESCOLHA

Ao escolher casa, tenha em atenção os seguintes critérios:
- Localização;
- Facilidade de transportes e de acesso;
- Exposição ao sol;
- Área útil da casa;
- Número de divisões de que necessita;
- Dinheiro de que dispõe e/ou o crédito que pode obter;

O SEU A SEU DONO

Confirme se o proprietário da casa é quem se apresenta como tal. Verifique se
existe alguma Hipoteca ou Penhora sobre a casa.

ONDE SE DIRIGIR:
Conservatória do Registo Predial onde o imóvel está inscrito.


ESTÁ TUDO LEGAL?

A casa está inscrita na Matriz Predial ou a inscrição já foi pedida? Peça para consultar a Caderneta Predial. Existe alguma dívida inerente ao imóvel? A casa está habitada? Há outras pessoas com direito de preferência na compra? Em caso afirmativo, averigue se a venda lhes foi comunicada.

ONDE SE DIRIGIR:
Repartição de finanças onde a casa está inscrita.



A VISITA À CÂMARA

Verifique se a casa está licenciada (se não é clandestina).Peça uma cópia da licença de habitação, ou de construção(caso ainda não esteja concluída).Consulte o Plano Director Municipal, para saber o que está programado para a zona.

ONDE SE DIRIGIR:
Câmara Municipal da localidade onde se situa a casa.


O PROPRIETÁRIO

Verifique se o proprietário está em situação de falência ou,se o prédio ainda estiver em construção, se tem o financiamento cancelado.

ONDE SE DIRIGIR:
A uma agência de informações comerciais.


CONDOMÍNIO?

Se a casa que vai comprar já foi habitada e tiver um condomínio, verifique se as quotas estão pagas. Saiba também quanto terá de pagar, mensalmente.

ONDE SE DIRIGIR:
Ao administrador do prédio.


RECURSO AO CRÉDITO

Se recorrer ao crédito bancário certifique-se de que o banco lhe concede o empréstimo de que necessita. Solicite uma simulação para o seu caso.


Se pedir um empréstimo para construção, necessita ainda de apresentar:

- Alvará ou licença de construção;
- Projecto aprovado;
- Orçamento detalhado;
- Cronograma financeiro;
- Cronograma da obra;


PRÉ-GARANTIA DE EMPRÉSTIMO

Depois de analisar toda a documentação, o Banco dar-lhe-á um “sim” condicional,para que possa avançar com o Contrato-Promessa. Alguns bancos formalizam o “sim” através
de uma “oferta de empréstimo”.


ANTES DE ASSINAR

Não assine o Contrato-Promessa de compra e venda sem ler as cláusulas com toda a atenção. Confirme se está bem claro que, em caso de não cumprimento por parte do vendedor, este terá de lhe devolver o dobro da quantia que foi entregue como sinal. Mas, no caso de ser o comprador a não cumprir, perderá esse montante.


AVALIAÇÃO

Para além de analisar a sua situação financeira e a documentação apresentada, o banco irá, ainda, proceder à avaliação do imóvel. O montante do empréstimo será definido de acordo com o resultado da avaliação.


SEGUROS

O seguro de vida e o seguro de incêndio são obrigatórios. Sem eles, não há empréstimo. Por isso, chegou a altura de os fazer. Pode, sempre, optar por um
seguro multi-riscos.


DOCUMENTOS ADICIONAIS

Na Conservatória do Registo Predial, solicite os registos provisórios de transmissão e hipoteca. Peça o original da Caderneta Predial nas finanças. Se não souber ou não tiver tempo para tratar da documentação, recorra a um solicitador.


MARCAÇÃO DA ESCRITURA

Chegou a altura de marcar a escritura no notário. Se tiver pedido empréstimo, é o banco que o faz.

IDENTIFICAÇÃO DO VENDEDOR:
(Particular)

- Bi e cartão contribuinte;
- Estado civil, regime de casamento e morada;

(Empresa)

- Certidão do registo comercial actualizado;
- Número contribuinte de pessoa colectiva e acta da sociedade ou procuração;


IMT - (sisa)

Se a casa que vai comprar custar mais de 85500 € (2007) terá, ainda de efectuar o pagamento do imposto de selo, antes de efectuada a escritura.


O CHEQUE DO BANCO

Quando tudo estiver em ordem, ser-lhe-á concedido o empréstimo. Normalmente, através de entrega de um cheque passado em nome do vendedor e entregue no momento de assinar a escritura.


CHAVES EM CAIXA

Chegou a altura de assinar a escritura e…receber as chaves! Depois, terá de levar uma cópia autenticada do contrato à Repartição de Finanças, para actualização da Matriz Predial.


OS ÚLTIMOS DETALHES

Não se esqueça de converter o registo provisório a seu favor, na Conservatória do Registo Predial. Se recorreu ao crédito bancário, Banco fará isso em seu lugar.


E POR FIM…

PODE, FINALMENTE, DESCANSAR DE TODAS ESTAS CORRERIAS…NA SUA CASA NOVA.

Todos os passos acima descritos estão resumidos, mas ao longo da vida deste blog será acrescentado algo, sempre de relevante, a cada um dos passos, até se considerar completo e o suficientemente esclaredor.

09 novembro, 2006

Segurança Contra Incêndio - Parte II

AGENTES EXTINTORES

ÁGUA

A água tem sido o agente exrintor mais utilizado no combate a incêndios ao longo dos tempos. Utilizada sob a forma de jacto ou, mais recentemente, pulverizada.

Modo de acção

Na maioria dos casos, quando a superfície do material em combustão é arrefecida abaixo da temperatura de inflamação. O decréscimo de temperatura de um fogo por efeito da água justifica-se pela sua elevada capacidade de absorção de calor desde o estado líquido ao estado de vapor. A água absorve o máximo de calor quando se transforma em vapor e isso é conseguido com maior facilidade se se aplicar água pulverizada em vez de jactos de água, com um aumento de poder arrefecedor de 15 vezes. Este aumento deve-se ao aumento significativo da superfície exposta da água quando pulverizada. A água quando utilizada na forma líquida pulverizada actua também por asfixia.

O vapor de água libertado pelo aquecimento das partículas de água, provoca a deslocação do ar que envolve o fogo, levando-o à extinção por falta de comburente.

Os fogos de materiais combustíveis ordinários extinguem-se normalmente pelo efeito da diminuição da temperatura pela água e não pela asfixia provocada pela produção de vapor, ainda que este último possa suprimir as chamas.

ADITIVOS

Para melhorar as propriedades extintoras da água podem ainda ser utilizados vários aditivos que são:

- aditivos molhantes - misturados na água permitem um contacto mais durável desta com o combustível, resultando uma melhor absorção calorífica e em consequência melhor arrefecimento.

- aditivos emulsores - pela sua acção sobre a tensão superficial da água tornam possível a criação de bolhas estáveis dando origem à produção de espumas.

- aditivos viscosificantes - têm como objectivo tornar a água mais viscosa a fim de que esta possa aderir às superfícies verticais. Estes produtos são conseguidos com base em argilas e algas.

- aditivos opaficantes - destinam-se a tornar a água opaca para que não se deixe atravessar facilmente pelos raios vermelhos aumentando deste modo o seu poder refrigerante.

- aditivos anticongelantes - destinam-se a baixar os pontos de congelação da água, quando a temperatura ambiental dos locais de armazenagem é baixa.

- aditivos anticorrosivos - a água só por si não é corrosiva, mas na presença do oxigénio do ar, anidrido carbónico ou óxido de enxofre, ataca particularmente o ferro e o cobre, se não forem utilizados aditivos.

APLICAÇÕES

A utilização da água está perfeitamente aconselhada no combate a incêndios da classe A, quer se tratem de fogos de superfície quer se tratem de fogos de profundidade. O seu poder extintor é substancialmente melhorado se for utilizada sob a forma de nevoeiro.

A água sob a forma pulverizada é utilizada em fogos de produtos químicos líquidos (classe B) desde que a sua temperatura seja inferior às temperaturas de inflamação daqueles. Assim, a água baixará a temperatura da superfície do líquido sobre a qual é projectada, para valores inferiores à temperatura de inflamação, parando a emissão de vapores inflamáveis.

RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES DE UTILIZAÇÃO

Apesar de ser o agente extintor por excelência, a água tem algumas restrições de emprego, no combate a incêndios:

- não deve ser utilizada no combate a incêndios quando a densidade do combustível for inferior à da água, uma vez que, neste caso surge sempre o risco de a água funcionar não como agente extintor mas sim como portador das chamas para locais adjacentes ao fogo.

- nos gases liquefeitos não deverá ser utilizada a água, a não ser para protecção pessoal, uma vez que, transporta uma certa quantidade de calor que pode provocar a ebulição de gases, cujas temperaturas de ebulição são normalmente baixas, pelo que surge o risco de libertação de gases tóxicos e inflamáveis.

- não deve ser utilizada na extinção de fogos de instalações eléctricas, dado a sua condutividade eléctrica.

DIÓXIDO DE CARBONO

O dióxido de carbono é um gás incolor, inodoro e aproximadamente 1,53 vezes mais pesado que o ar. O seu símbolo químico é o CO2, pode ser condensado em líquido quando submetido a pressão elevada. Regra geral o CO2 está contido em reservatórios, parcialmente liquefeito, à temperatura de 20 ºC e a uma pressão de 60 Kg/cm2.

Quando sai bruscamente do reservatório e se expande devido à queda de pressão daí resultante, o líquido arrefece rapidamente havendo uma parte que solidifica apresentando-se sob a forma de neve carbónica. Esta brusca queda de temperatura pode atingir cerca de 80 ºC negativos, pelo que o seu operador deve rodear-se de determinados cuidados a fim de evitar possíveis acidentes. Devido à forte expansão e consequente dispersão a que está sujeito quando sai do reservatório onde está contido aumenta de volume cerca de 450 a 500 vezes.

MODO DE ACÇÃO

O dióxido de carbono actua sobre o fogo de duas formas distintas:

- diminuição do teor de oxigénio;
- decréscimo da tempertaura;

A diminuição do teor de oxigénio é conseguida, pelas suas características inertizantes. O decréscimo da temperatura, resulta da expansão do gás ao sair do reservatório sob pressão.

APLICAÇÕES

O uso do CO2 resulta principalmente do facto de:

- não ser condutor de electricidade
- ter acção química nula
- não ser corrosivo
- não deixar resíduos na atmosfera
- efectuar extinções limpas
- não necessitar de energia auxiliar
- ter um elevado poder de difusão
- ter actuação rápida e energética
- devido à baixa temperatura poder extinguir fogos em hidrocarbonetos com baixas temperaturas de combustão
- pode ser carregado em garrafas ou extintores com rapidez
- ser um bom agente extintor em fogos de classe B e C e alguns de classe A
- ser vertical na utilização (instalações fixas, extintores) cobrindo locais onde se encontrem:
- produtos alimentares
- objectos de valor
- aparelhos eléctricos e electrónicos
- casas de máquinas de navios
- fábricas
- escritórios

RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES DE UTILIZAÇÃO

O CO2 tem algumas restrições na utilização para extinção de incêndios:

- Em ambientes onde a temperatura é inferior a 0ºC, a tensão de vapor do gás baixa significativamente, provocando uma diminuição do débito;
- Para altas pressões, a temperatura de armazenamento deverá variar entre -10ºC e 50ºC;
- Os fogos profundos, principalmente de classe A, são sempre difíceis de extinguir por qualquer agente extintor gasoso ou líquido sem aditivos molhantes;
- Como todos os líquidos não condutores, a utilização deste agente extintor envolve o risco da existência de cargas electroestáticas na tubagem de distribuição e depósito. Ter-se-á de ter atenção na utilização do CO2 em locais com atmosferas explosivas onde se deverá diminuir a velocidade de ejecção e efectuar a ligação à terra;
- O choque térmico é outro factor que se deve ter em conta, pois, em certos casos o CO2 poderá danificar alguns materiais devido ao brusco arrefecimento produzido durante a utilização;
- O seu alcance não excede normalmente 1,5 metros;
- O CO2 não se deve utilizar em:

- Fogos de classe D (dissocia o CO2);
- Fogos de materiais instáveis e ávidos de oxigénio (nitratos, cloratos, explosivos, etc,);
- Brasas do carbono (não só por ser profundo mas também porque se dissocia em monóxido de carbono combustível;

O CO2 embora não seja considerado tóxico, pode tornar-se perigoso quando presente na atmosfera em concentrações superiores a 4%, uma vez que empobrece o teor de oxigénio na atmosfera.

PÓ QUÍMICO

Os pós são substâncias sólidas finamente divididas, absolutamente fluídas, consistindo em cristais secos reduzidos a partículas, com dimensões entre 10 e 75 microns. Os pós são classificados segundo as classes de fogos que extinguem. Esta classificação comporta 3 categorias:

Pó clássico eficaz sobre incêndios de classes B e C - a matéria de base é geralmente bicarbonato de sódio ao qual se juntam produtos que permitem melhorar a sua fluidez, resistência à humidade e à compactação. Os pós BC têm um poder extintor cerca de quatro vezes e meia superior ao CO2; contudo em incêndios que envolvam equipamentos eléctricos, apresentam a desvantagem de deixarem resíduos corrosivos.

Pó polivalente, eficaz sobre incêndios de classes A,B e C - o pó clássico BC é de grande eficácia em incêndios da classe B e por excelência nos incêndios da classe C, mas o seu efeito é nulo ou efémero sobre incêndios de classe A. Foi por isto que se adoptaram os pós polivalentes. De notar que estes pós são incompatíveis com os pós clássicos e que, em caso de substituição de uma carga BC por carga ABC, o extintor deve ser cuidadosamente esvaziado e limpo. Actua de forma clássica em incêndios BC, mas os incêndios da classe A, como o desaparecimento da chama não significa o apagar do incêndio, dado que ficam brasas que o activarão de novo, este pó actua por asfixia, fundindo-se e formando uma vitrificação que envolve o combustível com uma camada semelhante a um verniz que isola o ar. Assim, ao mesmo tempo que se processa um fenómeno de arrefecimento, a vitrificação cobre o combustível tornando difícil a reignição.

Pó especial eficaz sobre incêndios de classe D - é totalmente ineficaz sobre incêndios de classe A, B e C, utilizando-se em incêndios de metais em estado puro (sódio, potássio, magnésio, et,) e é concebido individualmente para cada um destes metais. É muito usado na indústria aeronáutica e nuclear.

Os pós encontram-se normalmente armazenados em depósitos, dos quais são impulsionados para o exterior por gases inertes que não devem ser nem tóxicos nem corrosivos.

MODO DE ACÇÃO

Os pós químicos actuam no incêndio, por inibição, sobre a reacção em cadeia. As partículas de pó provocam a paragem brusca da reacção originando a extinção das chamas.

APLICAÇÕES

A eficácia dos pós liga-se a vários factores, dependendo dos seus constituintes, da granulometria, dos aditivos, da resistência à compactação e dos equipamentos de utilização. A fluidez e capacidade de escoamento são factores importantíssimos visto que quanto mais próximas forem estas características das dos fluídos mais eficaz será o pó. A eficácia dos pós deve ser equacionada de metal para metal, segundo as suas características próprias jogando com a inerticidade dos pós em função de cada metal.

INCOMPATIBILIDADE

A mistura dos pós BC e ABC conduzirá a uma decomposição dos sais com a consequente formação de água e a libertação de gases, compactação dos pós e possível explosão do equipamento extintor. De um modo geral, pode-se considerar que os pós são compatíveis com outros agentes extintores. A forma mais usual de combinação dos agentes extintores é entre as espumas e os pós.

RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES DE UTILIZAÇÃO

São as seguintes as principais restrições e limitações de utilização dos pós:

A utilização do pó químico diminui a visibilidade, daí que não seja aconselhável a utilização quando na presença de pessoas esranhas ao serviço.

O pó químico apesar de eficiente para a extinção de incêndios em equipamentos eléctricos e electrónicos, tem a desvantagem de dificultar a restituição da operacionalidade do equipamento após a extinção. Com efeito a limpeza dos depósitos de pó, nos referidos equipamentos, é de extrema dificuldade, por vezes impossível sem danificar os equipamentos.

Os pós químicos não devem ser projectados sobre explosivos e ácidos concentrados.

O armazenamento e acondicionamento do pó químico deve obedecer a algumas regras:

- Dada a sua sensibilidade às variações climatéricas, a embalagem deverá ser sólida, estável e impermeável ao vapor de água;
- Durante as acções de manutenção dos meios de utilização dever-se-á evitar o contacto excessivo entre os pós e o ar húmido;
- Deverá ter-se em conta os perigos de condensação devido às variações bruscas de temperatura e deverá evitar-se as diferenças acentuadas de temperatura entre locais de embalagem e de armazenagem. Será recomendável guardar os stocks de pó extintor em locais de temperatura ligeiramente superior aos dos locais de utilização.

ESPUMAS

A espuma é uma massa estável de pequenas bolhas gasosas, envolvidas por películas aquosas mais leves do que a água. As espumas obtêm-se então pela mistura de água, espumífero e ar. De facto, se uma determinada percentagem de líquido espumífero for incorporado numa corrente de água e seguidamente, o ar for induzido por um equipamento gerador de espuma, formam-se por acção mecânica bolhas de ar envolvidas por uma solução emulsora. As espumas são eficientes no combate a incêndios de classe A e particularmente de classe B. As espumas podem ser classificadas segundo o coeficiente de expansão e a natureza do espumífero.

Chama-se Coeficiente de Expansão à razão entre o volume total de espuma obtida e o volume de solução emulsora (espumífero mais água) utilizados na produção. Indica-nos a capacidade que um determinado espumífero tem de se expandir em relação ao volume primitivo da mistura água/líquido espumífero. Por exemplo, quando um litro de água/líquido espumífero produz sete litros de espuma, diz-se que o coeficiente de expansão é de sete. As espumas classificam-se, quanto ao seu coeficiente de expansão, em:

- ALTA EXPANSÃO - espuma com um coeficiente de expansão superior a 300. É muito leve e tem o inconveniente de se destruir facilmente em prsença do calor, não sendo aconselhável a sua utilização em espaços abetos, uma vez que pode ser levada pelo vento. Não possui praticamente condutividade eléctrica e permite respirar livremente no seu interior.

- MÉDIA EXPANSÃO - espuma com um coeficiente de expansão entre 25 e 300. É mais pesada que o ar, e compreensivelmente menos sensível a correntes de ar.

- BAIXA EXPANSÃO - espuma com um coeficiente de expansão inferior a 25. Apresenta uma excelente aderência e boa estabilidade, caso o coeficiente de expansão esteja entre 6 e 25, a sua condutividade eléctrica é idêntica à da água.

Há 3 grandes famílias de espumas segundo a natureza do espumífero:

PROTEICAS - cujo espumífero é obtido por hidrólise de proteínas animais, dando origem a espumas com as seguintes características:

- espumas insolúveis em hidrocarbonetos mesmo quentes;
- boa cobertura e estanquicidade, impedindo a passagem de vapores;
- boa resistência ao fogo e reignição;
- utilização rentável em baixa expansão (poderá também ser utilizada em média extensão).

SINTÉTICAS - cujo espumífero é obtido pela associação de tensioactivos hidrocarbonetos. A qualidade destes produtos resulta na notável aptidão à produção de espuma. podem ser utilizados em baixa, média e alta expansão.
Características:

- devido a certa solubilidade das bases sintéticas nos hidrocarbonetos, são praticamente inutilizáveis em combustíveis hidrocarbonetos quentes;
- quando utilizados em alta expansão há perda de estanquicidade, sendo permeáveis aos vapores de combustível e portanto surge o risco de reinflamação;
-a resistência ao fogo é baixa e a destruição da espuma após uma reignição acidental é muito rápida, havendo pouca segurança após a extinção;

POLIVALENTES - para a extinção de incêndios em solventes polares (líquidos solúveis em água). Têm base proteica ou sintética e contém um agente que produz uma barreira insolúvel na estrutura das bolhas de espuma, que impede a sua destruição quando em contacto com um solvente polar.

MODO DE ACÇÃO

As espumas actuam por asfixia e arrefecimento, sendo a primeira a principal responsável pela eficácia das espumas na extinção de incêndios.

RESTRIÇÕES E LIMITAÇÕES DE UTILIZAÇÃO

Sendo a espuma essencialmente constituida por água, os riscos da sua utilização em equipamentos sob tensão são grandes.
São consideradas como produtos pouco tóxicos e sem perigo para o homem em utilização normal, desde que não:

- sejam ingeridas;
- haja contacto com os olhos e mucosas;
- haja contacto prolongado com a pele;

HALONS

Os halons são hidrocarbonetos nos quais se substitui um ou mais átomos de hidrogénio por átomos de elementos halogenados. Entre estes elementos os que habitualmente se encontram nos agentes extintores halogenados são o Fluor, o Cloro e o Bromo. De um modo geral os Halons 1211 são utilizados em extintores portáteis e os halons 1301 são utilizados em sistemas de inundação total.

Estes agentes extintores estão proibidos na Comunidade Europeia devido aos seus efeitos nocivos no Ambiente.

CONCLUSÃO

Todos os agentes extintores têm vantagens e inconvenientes para cada classe de fogo. A escolha dos agentes extintores a utilizar deve ser feita depois da análise completa dos produtos, materiais e equipamentos a proteger.

13 outubro, 2006

Segurança Contra Incêndio - Parte I

Com a descoberta do fogo novos horizontes se abriram à humanidade, ainda que associado a essa descoberta tenha surgido o risco de incêndio.
As primeiras reacções face ao risco de incêndio circunscreveram-se a medidas de protecção, ou seja, foram estabelecidos mecanismos destinados a combater os incêndios quando e onde se manifestavam.
Actualmente, desenvolveu-se a Engenharia da Segurança Contra Incêndios, suportada pelos seguintes conhecimentos:

- As causas de incêndios
- As leis por que se rege o comportamento do incêndio (ignição, desenvolvimento e propagação)
- O efeito do fogo sobre elementos a ele sujeitos (elementos de cosntrução)

Tipificação de Sinistros

Hoje em dia, o risco de incêndio manifesta-se nas mais diversas formas, pelo que os riscos de incêndio são tipificados segundo vários critérios:

- O tipo de ambiente (local) onde se verificou a ocorrência do incêndio
- O tipo de combustível envolvido
- As causas do incêndio
- As consequências do incêndio

No que se refere ao local onde o incêndio se declarou e desenvolveu, são considerados normalmente os seguintes tipos, cada um dos quais se pode ainda subdividir:

- Habitações e edifícios públicos
- Instalações industriais
- Viaturas e outros meios de transporte terrestres
- Aeronaves
- Navios e portos
- Zonas rurais
- Matas e florestas

As consequências dos incêndios classificam-se frequentemente em dois grandes grupos: vítimas (feridos e mortos) e danos materiais. Outro tipo de prejuízo é de ordem social (redução de postos de trabalho e subemprego temporário).

Fenómenos de Fogo

O fogo é um fenómeno que envolve reacções fortemente exotérmicas entre uma substância combustível e um comburente. Estas reacções denominadas combustões, são caracterizadas pela oxidação rápida do combustível pelo comburente.

Uma substância combustível é aquela que é susceptível de dar início à reacção de combustão, na presença de um comburente. De uma maneira geral, pode-se dizer que qualquer material formado por carbono e hidrogénio é um potencial combustível.

Apesar de existirem vários produtos que podem actuar como comburente, nomeadamente o NaNO3 e o KclO2, cujo oxigénio existente é facilmente libertado, o oxigénio do ar é o comburente mais frequente. Assim, para o estudo do fogo consideramos como comburente o oxigénio contido no ar atmosférico.

Sendo a combustão um reacção de um combustível na presença de um comburente, isso levaria a supor que bastaria colocar em contacto estes dois elementos para que estivessemos na presença de uma combustão. Felizmente, não é assim, pois como o oxigénio está sempre presente na atmosfera, estaríamos sempre na presença de uma combustão. Para que se verifique o início de uma combustão é ainda necessário um terceiro elemento que se designa por energia de activação a qual representa a energia mínima necessária para o início da reacção. Esta energia pode ser produzida por choque, fricção, pressão, faísca, por um ponto quente ou por uma chama.

Chegamos assim ao triângulo do fogo que configura a necessidade da simultaneidade da presença dos três elementos atrás referidos para dar início ao fogo. O fogo é uma combustão que se manifesta por chamas, emissão de fumos e outros gases e pela libertação de calor. Nos produtos da combustão podemos encontrar: anidrido carbónico, monóxido de carbono, vapor de água, o azoto da atmosfera, os produtos queimados ou semi-queimados.

As chamas são a parte espectacular do fogo, emitem luz e chamam a atenção. Os fumos impedem a visibilidade, dificultam a fuga das pessoas dos locais sinistrados e tornam a intervenção mais difícil.

Os outros gases que os acompanham são muitas vezes tóxicos, invisíveis e a sua expansão contribui para a propagação do fogo. O calor libertado aquece o ar ambiente dificultando a aproximação para efeitos de combate. Um incêndio de grandes proporções atinge os 1000 ºC com bastante facilidade. O que pode levar à combustão expontânea de certos materiais e à deformação/fusão de outros.

Por último, como a combustão consome oxigénio a sua concentração no ar baixará para valores nocivos à vida humana.

Todas as combustões e incêndios em particular obedecem aos seguintes princípios:

- é necessária uma fonte de energia, material combustível e um comburente (O2) para produzir um fogo;
- os gases combustíveis só se produzem quando previamente existe, com maior ou menor intensidade, uma fonte de calor;
- a combustão cessa quando acaba o combustível, o comburente ou se preocessa um abaixamento da temperatura.

Actualmente evolui-se para o Tetraedro do Fogo, que veio substituir o triângulo do fogo.

Mantém os três elementos Combustível+Comburente+Calor (energia activação) e leva ao aparecimento de um quarto elemento, a Reacção em Cadeia,com a qual se produz a combustão de forma continuada. É como uma segunda combustão.

Combustão de Gases

Os combustíveis gasosos são importantes pelo seu número e pela sua facilidade de combustão. Quatro factores são particularmente importantes no que se refere às possibilidades de inflamação de um combustível gasoso:

- a relação entre e quantidade de combustível e o ar
- a concentração de oxigénio no ar, visto esta poder variar em locais confinados
- a temperatura
- a pressão

Para que haja combustão é necessário, não só que o combustível e o comburente estejam na presença um do outro, mas ainda que se encontrem em determinada proporção. Supondo que o ambiente é o ar, com uma percentagem de oxigénio de 21%, que a pressão é a atmosférica, que a temperatura é a ambiente e a percentagem de combustível é nula. Não há possibilidade de haver combustão por falta de combustível. Se se for introduzindo progressivamente o combustível, verifica-se que enquanto a mistura (combustível - ar) apresentar uma percentagem pequena de combustível, continuarão a não existir condições para a combustão. Se se continuar a enriquecer a mistura com combustível, a dado momento a combustão torna-se possível e a partir dessa percentagem verifica-se que se mantém. No entanto, aumentando ainda mais a percentagem de combustível na mistura, a combustão cessará a determinada altura, pois não terá comburente suficiente. Assim ficam definidos dois limites:

Limite Inferior de Inflamabilidade (LII), abaixo do qual a mistura é demasiado pobre em combustível.

Limite Superior de Inflamabilidade (LSI), acima do qual a mistura é demasiado pobre em comburente.

Entre os dois limites fica situada a zona de combustão - domínio da inflamabilidade - que obviamente é função do combustível. O domínio da inflamabilidade é geral estreito, com algumas excepções, nomeadamente do hidrogénio e do óxido de carbono. O ponto de combustão perfeita situa-se sensivelmente a meio da zona de inflamabilidade. Estes limites sofrem variações com a temperatura, a pressão e a concentração de oxigénio no ar. Um aumento da temperatura ou da pressão tem por efeito alargar o domínio da inflamabilidade, de um modo ligeiro para a pressão e de uma forma mais sensível para a temperatura. A diminuição da pressão ou da temperatura tem um efeito inverso.

A variação da concentração do oxigénio no ar tem também consequências nos limites de inflamabilidade, mostrando-se no entanto que é o limite superior o mais sensível a essa variação. Um decréscimo da concentração de oxigénio no ar de 21% para 14% é em geral, suficiente para baixar o índice de inflamabilidade para valores próximos dos do índice inferior, tornando possível a combustão.

Combustão dos Líquidos

Não se pode falar em combustão de um líquido, porque na realidade o que ocorre e arde são os gases emitidos por esse líquido. Para que possa ocorrer uma combustão, é necessário que o líquido emita vapores suficientes, para que a percentagem da mistura (vapores - ar) seja tal, que o domínio da inflamabilidade seja atingido. Ora a vaporização de um líquido está intimamente ligada com a temperatura, isto é, quanto maior for a temperatura a que se aqueça o líquido, maior quantidade de vapores são emitidos. Somos assim conduzidos a 3 novas definições:

Temperatura de Inflamação - temperatura mínima à qual os vapores emitidos pelo líquido se inflamam por acção de uma chama, mas que se extinguem mal esta seja retirada.

Temperatura de Combustão - temperatura mínima à qual os vapores emitidos pelo líquido se inflamam por acção de uma chama, mantendo-se a reacção mesmo quando se retira a energia de activação.

Temperatura de Ignição - temperatura mínima à qual os vapores emitidos pelo líquido se inflamam expontaneamente e sem necessidade de qualquer chama. Também conhecida como temperatura de auto-inflamação.

Combustão de Sólidos

A combustão de um combustível sólido pode fazer-se de duas formas:

Por Pirólise - o corpo sólido por efeito do calor emite vapores combustíveis de decomposição do produto. A combustão destes sólidos transforma-se na combustão de gases.

Por Brasas - a combustão dá-se praticamente sem chamas mas com forte emissão de radiações.

O estado de divisão da matéria é um factor de grande importância para a velocidade da combustão. Assim, é fácil de compreender que se tivermos uma mesma quantidade de madeira, ela vai arder muito mais rapidamente se estiver cortada em pequenas aparas do que se estiver numa peça como se fosse uma prancha.

Poder Calorífico - é a quantidade de calor emitido pela unidade de massa de um corpo que arde inteiramente.

Potencial Calorífico - é a quantidade de energia térmica susceptível de ser libertada pela combustão completa de um corpo.

Carga de Incêndio - é o potencial calorífico do total dos materiais combustíveis contidos num espaço, compreendendo o revestimento das paredes, divisórias, soalho e tectos.

Densidade de Carga de Incêndio - é a carga de incêndio por unidade de área. Esta noção é importante para a avaliação do risco de incêndio e para o estudo dos meios de intervenção.

Para termo de comparação, e melhor avaliação do risco, é costume comparar-se o poder calorífico de um corpo com o da madeira, dado que pela combustão de 1 quilograma de madeira se libertam 400 quilocalorias. Portanto: 1 Kg de madeira ---- 400 Kcal.

EVOLUÇÃO DE UM INCÊNDIO

Causas

No que se refere às causas de incêndios é grande a sua variedade, mas a generalidade resulta da actividade humana. Com efeito, os incêndios provocados por causas naturais são pouco frequentes e circunscrevem-se ao grupo de incêndios ao ar livre, como por exemplo, os incêndios rurais provocados por descargas atmosféricas. De entre as fontes de ignição de incêndios, mais comuns podem destacar-se:

- Fontes de Origem Térmica - chama nua, instrumentos de fumo, instalações ou equipamentos produtores de calor, trabalhos a quente, radiações solares, etc...

- Fontes de Origem Eléctrica - descarga por manobra de equipamentos eléctricos, sobreaquecimento devido a contacto eléctrico mal dimensionado, a sobrecarga ou curto-circuito, electricidade estática, descarga eléctrica atmosférica (trovoadas), etc...

- Fontes de Origem Mecânica - chispas provocadas por ferramentas, por equipamentos em movimento ou por calçado, sobreaquecimento devido a fricção mecânica, etc...

- Fontes de Origem Química - reacção química exotérmica (em locais mal ventilados), reacções de subatâncias auto-oxidantes, etc...

- De entre as causas humanas podem destacar-se:

- Descuido
- Fogo Posto
- Desconhecimento

Fases de um Incêndio

Qualquer incêndio tem normalmente quatro fases de desenvolvimento bem distintas:

- Eclosão - corresponde à sua fase inicial. Depende da qualidade e quantidade de combustível presente.
- Propagação - corresponde à fase em que o fenómeno se activa rapidamente transmitindo-se aos corpos vizinhos.
- Combustão contínua - por efeito do calor, a energia libertada é suficiente para provocar a combustão de todos os materiais em presença, de uma forma contínua. O calor libertado pelo incêndio é equivalente à energia dissipada.
- Declínio das chamas - verifica-se após a inflamação generalizada e resulta da carência de combustível, ou da dissipação de energia se tornar superior à sua produção, provocando o decréscimo da temperatura até ao regresso à temperatura ambiente.

Qualquer incêndio tem normalmente quatro fases de propagação:

- Condução - o calor desenvolvido pela combustão de um corpo transmite-se não só às outras partes do corpo como também a outros corpos existentes, em contacto com o primeiro. Esta transferência de calor processa-se tanto mais rapidamente quanto melhores condutores de calor forem os corpos em contacto.

- Convecção - a diferença de densidades dos gases frios e quentes provoca correntes ascendentes destes últimos. Quando um incêndio toma uma certa importância, o fogo propaga-se por convecção por todas as comunicações verticais.

- Radiação - o calor transmite-se por ondas electromagnéticas no domínio do infra-vermelho. Neste tipo de transmissões é muito importante ter em conta que a energia libertada é proporcional à quarta potência da temperatura da fonte de calor, pelo que um incêndio relativamente importante é susceptível de emitir energia suficiente para provocar a sua propagação a corpos situados na vizinhança. A radiação é uma possibilidade de dissipação de energia particularmente sensível a altas temperaturas.

- Projecção - por vezes a transmissão do fogo faz-se por intermédio de partículas aqueceidas ou inflamadas que se desprendem do corpo em combustão e são projectadas à distância, atingindo outros corpos.

CLASSES DE FOGOS

Os incêndios envolvem sempre a combustão de materiais, no entanto, nem todos os materiais, quando ardem, dão origem a fogos com as mesmas características. Da experiência do dia a dia obtém-se a noção de que um fogo em madeira, um fósforo por exemplo, tem características que o diferenciam de um fogo num combustível líquido, uma lamparina de alcóol, por exemplo.

A diferenciação nasce intuitivamente pela observação da cor da chama, da quantidade de calor que liberta e pela maior ou menor facilidade empregue na sua extinção.

Efectivamente, pelo estudo sistemático dos vários fogos, foi possível estabelecer conjuntos com características semelhantes aos quais são aplicáveis normas de extinção comuns, isto é, classificam-se os fogos segundo as suas características por forma a orientar o método de extinção adequado a cada caso.

O agrupamento dos materiais segundo as características da sua combustão faz-se em quatro grandes grupos a que se chamou as classes de fogos.As classes de fogos são estabelecidas na Norma Portuguesa NP-1553 de 1978 que foi elaborada em conformidade com a Norma Europeia EN2 CLASSES DE FEUX.

A classificação dos fogos é a seguinte:

CLASSE A - fogos que resultam da combustão de materiais sólidos, geralmente de natureza orgânica, como por exemplo a madeira, o carvão, o papel, etc, em que se dá normalmente com a formação de brasas.

CLASSE B - fogos resultantes da combustão de líquidos ou sólidos liquidificáveis: éteres, gasolinas, ceras, vernizes, etc.

CLASSE C - fogos que resultam da combustão de gases. A combustão do metano, etano, propano e acetileno são exemplos desta classe.

CLASSE D - combustão de metais, como por exemplo o sódio, potássio e magnésio entre outros.

PROCESSO DE EXTINÇÃO

Já se falou no triângulo e no tetraedro do fogo e da necessidade de que existem e elementos em simultâneo para que ocorra um fogo. Da mesma forma, a ausência de um deles inviabiliza o fogo. É também, decorrente do que se disse, que, se na presença de um fogo se retirar um dos factores descritos, este apagar-se-á.

Com base nesta conclusão, estabelecem-se os processos de extinção característicos ampliados a um quarto conceito.

DISPERSÃO DO COMBUSTÍVEL

Neste processo não se realiza uma acção directa sobre o incêndio, mas apenas a remoção do combustível da situação que o mantém em presença simultânea com os outros dois elementos do triângulo do fogo. Este processo é possível sobre os fogos da Classe A quando a eclosão se deu entre fragmentos de combustível sólido amontoado.

Nos fogos de Classe B dado tratar-se de líquidos, o fogo só é possível na superfície de contacto do combustível com o ar, e neste caso o processo será ineficaz uma vez que com a dispersão do combustível, aumentar-se-ia a sua superfície de contacto com o ar e o fogo alastraria.

Para os fogos da Classe C basta suprimir o fluxo de gás para que se dê a extinção por falta de combustível.

ASFIXIA

Este processo ocorre por supressão de comburente ou diminuição da proporção de oxigénio. É facilmente realizável em fogos de pequenas dimensões, sendo muito difícil em grandes incêndios. Dá excelente resultado no fogo de fritadeiras, pois basta colocar uma tampa para que se extinga de imediato.

Como já foi referido, baixando o teor de oxigénio no ar atmosférico para valores abaixo dos 14% a combustão torna-se, normalmente, impossível. Esta solução consegue-se, por exemplo, pela projecção de gases inertes tais como o anidrido carbónico ou o azoto.

ARREFECIMENTO

O abaixamento da temperatura de um incêndio provoca o desaparecimento da energia de activação do triângulo do fogo. Este decréscimo de temperatura pode actuar de dois modos:

- no caso de fogos da Classe B, provocando o arrefecimento dos reservatórios por absorção de calor, portanto de combustível;

- no caso de fogos da Classe A, por absorção directa do calor através da passagem de água de extinção da sua fase líquida para a de vapor;

INIBIÇÃO

Durante anos, o triângulo do fogo serviu para explicar totalmente os processos de extinção sobre os mecanismos da combustão. No entanto, recentemente, foram descobertos agentes extintores cuja acção não pode ser explicada sob esta perspectiva visto que não actuam sob nenhum dos seus lados. Estes produtos actuam sobre a reacção química da chama, de forma directa, reacção denominada de REACÇÂO EM CADEIA.

A necessidade deste novo elemento na explicação da extinção pelos novos agentes extintores (pós e halons) levou à criação do TETRAEDRO DO FOGO.

Ao utilizar-se este processo de extinção designado por inibição está-se a interromper a reacção em cadeia da combustão, o que conduz à extinção do incêndio.

Termina aqui esta primeira parte da Segurança Contra Incêndio. Numa posterior e breve postagem, abordar-se-á, para conclusão, o tema "Agentes Extintores" e segurança - "Medidas Preventivas".

10 outubro, 2006

Qual a melhor cor para um ambiente em casa ou trabalho

Afinal, qual é a melhor cor para um ambiente em nossa casa ou local de trabalho?
Que cor não podemos ter em excesso numa decoração?
Qual ajudaria nos estudos e no trabalho?
Será que existe alguma cor para melhorar o nosso relacionamento?
Qual a melhor cor para fachada da nossa casa, afinal?

Branco
É considerada uma cor neutra e muito usada. Pode ser aplicada em qualquer ambiente. Deve-se tomar muito cuidado quando o branco aparece em demasia num ambiente, pois representa o infinito, deixando uma pessoa, que passa muito tempo neste ambiente, uma sensação de infinito, frieza, vazio e hostilidade. Deve-se quebrar o branco com quadros e móveis bem coloridos.
Decoração: A cor branca traz, para algumas pessoas, a sensação de paz, calma, tranquilidade e serenidade. Para outras, a sensação é de frieza, tristeza e impessoalidade. O branco é muito usado para dar uma sensação de amplitude em ambientes pequenos e apertados. O branco passa-nos também uma sensação de limpeza - até exagerada. O branco só é branco quando recebe uma luz intensa directa. Locais com a cor branca, trazem uma sensação de mais claridade.

Preto
Pode ser uma cor opressiva e depressiva, por este motivo, deve ter-se muito cuidado na sua aplicação, pois pode passar a sensação de angústia. Pode lembrar luto, perdas e tristezas. Em geral, é usado em pequenos detalhes na casa.
Decoração: Muita atenção e cuidado com o uso desta cor. Ela deve ser usada em pequenos detalhes na decoração, principalmente para termos um “efeito especial”, tanto dentro, como fora da casa. Ainda na área interna, é usado para fazer contrastes, principalmente com o branco. Muito usado no tecto com pé direito muito alto para a dar sensação de rebaixo.

Verde
É uma cor neutra que representa o elemento madeira. Acalma o sistema nervoso e as pessoas agitadas. Também significa esperança e satisfação. Muito cuidado em usar a cor verde em locais onde predomina o vermelho, pois teremos um local muito quente – verde/madeira alimenta o vermelho/fogo. Deve usar-se nas casas de banho para elevar a energia deste local. Para casas onde existem problemas de saúde, o verde é uma óptima cura.
Decoração: É uma cor muito usada e sempre traz alegria e vida. No piso e detalhes, lembra a natureza. Não incide muita luz, mantendo a cor original. Em locais abertos, complementa madeira e jardins.

Lilás/Violeta
Traz tranqüilidade, sossego e calma. Estimula a espiritualidade e a meditação. Tem efeito purificador, tranforma as energias negativas em positivas. Óptimo para a saúde. Acalma o coração, a mente e os nervos. Nas casas, o melhor ambiente para uso são em locais de meditação e oração. Em excesso, pode trazer depressão e ansiedade.
Decoração: Tons mais claros podem ser usados em todos os ambientes em pequenos detalhes. Se for uma cor monocromática, pode cansar. Evite ter locais com a predominância desta cor.

Laranja
Cor do intelecto e mental. Em doses pequenas, estimula os sentidos, a criatividade e a comunicação. Boa para áreas da casa que quer se estimular o diálogo, como sala de visitas, de jantar e cozinhas. Em excesso, pode provocar conversas demais, brincadeiras fora de hora e aumento do apetite.
Decoração: Inconscientemente, lembra sabores agradáveis e nos remete à infância, a brincadeiras e aos doces. Em geral, é muito usado em cozinhas, pois abre e estimula o apetite. Pode ser usado na sala de jantar, numa só parede, em tons bem suaves (cor pêssego). Em tons mais escuros, sugere estabilidade.

Vermelho
É uma cor que pode estimular as áreas de relacionamento afectivo, sucesso, auto-estima, fama e prosperidade. Deve ser usado com muito cuidado e em pequenas doses, pois é uma cor excitante e estimulante. No quarto de casal, activa a sexualidade. Na sala ou cozinha estimula o apetite e a fala. Em excesso, provoca brigas, confusões e explosões de humor.
Decoração: Todo cuidado é pouco na hora de se aplicar esta cor nos ambientes. É uma cor muito energética e vibrante, pode provocar excitação e nervosismo quando aparece em excesso. Em pequenas doses, traz aos ambientes um ar de glamour e até exótico. Em demasia, pode ser vulgar.

Azul
É uma cor que tem um efeito calmante e tranqüilizante para as pessoas quando aplicado num ambiente. Cuidado com o excesso de azul, pois irá provocar sono em excesso. Para quem é muito agitado, deve ser usado.
Decoração: Pode ser aplicado em grandes áreas sem tornar-se cansativo, mas deve ser combinado com outras cores para evitar a monotonia e sono. Mais escuro, transmite autoridade e poder.

Amarelo
Outra cor que estimula o intelecto e ajuda muito nos estudos. É a cor da luz, por este motivo deve ser usado em ambientes escuros. Estimula a comunicação, o mental e abre o apetite. Em excesso, provoca muita conversa e pensamentos acelerados e confusos, provocando preocupação.
Decoração: Nos ambientes, é muito usado para aquecer e iluminar áreas escuras e frias. Em pisos, provoca sensação de avanço. Em grandes áreas e superficies, pode incomodar por causa da incidência de luz.

21 setembro, 2006

O Alumínio

O alumínio é obtido a partir da bauxite (minério terroso) por intermédio de uma série de tratamentos electroquímicos (que vou omitir nesta fase). Para produzir uma tonelada de alumínio é necessário:
- 5000 Kg de bauxite (que dão 1900 Kg de alumina)
- 450 Kg de carbono (eléctrodos)
- 32 Kg de criólite (utilizada como fundente para baixar a temperatura de fusão da alumina, que pura é na ordem dos 1800ºC, para mais ou menos, 1000ºC)
- 15000 Kw/h em corrente contínua


Características do Alumínio
- Fraca densidade: 2,7
- Poder reflector elevado (é brilhante)
- Não magnético
- Funde a 658ºC
- Calor específico elevado
- Grande condutividade térmica
- Coeficiente de dilatação linear elevado
- Fraco módulo de elasticidade
- Fraca resistência eléctrica

Quando se fala do alumínio é evidente que se trata de ligas, sendo a mais utilizada a AGS (Alumínio, Magnésio e Silício).

Extrusão
Em linhas gerais podemos dizer que a extrusão consiste em aquecer o bilite num forno a óleo até à temperatura da zona de plasticidade (entre 450 e 480ºC) e depois comprimi-lo de encontro a uma ferramenta - designada de matriz (que funciona como negativo do perfil que se pretende obter), seguido de uma têmpera superficial (por intermédio de ventiladores) e consequentes tratamentos térmico-mecânicos (estriçamento por meio de tensores provocando alongamentos de 1 a 2% e estabilização da liga em forno a óleo: mais ou menos 180ºC durante 5 horas).

Ferramenta
Designada por matriz, é composta por duas partes: a matriz propriamente dita e a contra-matriz. A prensa, pneumática/hidráulica, atinge pressões de 200 a 300 Kg/cm2, permite uma velocidade de extrusão de 10 a 40 metros/minuto.

Controlo de Qualidade
É efectuado nos seguintes aspectos:
- Dureza: pinça webester
- Controlo dimensional: por craveira, por cotas tolerenciadas (padrão passa-não passa)
- Ensaios de liga
- Verificação de linearidade - mesa de planeza
- Verificação do controlo de perfis (geometria): controlador óptico
- Aparecimento de grafite (temperatura de extrusão elevada)
- Oxidação da matriz

Contactos com outros materiais
a) Metais:
quando dois metais estão em contacto dentro de um meio húmido e condutor, produz-se uma corrente eléctrica, que ataca o metal mais electro-negativo. O alumínio é electro-negativo em relação à maioria dos metais, excepção feita ao magnésio, ao zinco e ao crómio.

AÇO: o aço não protegido, oxida-se mesmo em atmosfera normal, e os derrames de ferrugem atacam o alumínio. Em atmosfera corrosiva, tal como a água do mar, que é um electrólito, ou em atmosfera industrial, os ataques produzem-se no ponto de contacto, se o aço não foi previamente tratado: zincagem, cadmiagem, pintura com pigmentos de zinco, etc. Os parafusos de aço, devem ser galvanizados ou cadmiados mas, é preferível utilizar parafusos de aço inoxidável.

AÇO INOXIDÁVEL: os contactos entre o alumínio e os aços inoxidáveis não magnéticos, não produzem nenhum ataque, e dão inteira satisfação.

COBRE: o contacto do cobre e das suas ligas (latão, bronze, bronze de alumínio) é muito corrosivo para o alumínio, e deve ser completamente abolido.

CHUMBO: é muito desaconselhável utilizar pintura a óxido de chumbo, assim como contactos entre o chumbo e o alumínio.

b) Contactos com cimento e gesso
o pó de gesso e de cimento em presença de humidade, ou as projecções de gesso ou cimento, provocam ataques superficiais do metal, que deixa traços brancos após limpeza, mesmo sobre alumínio anodizado. As manchas não têm influência na resistência da estrutura, mas são inestéticas. No caso de se pretender selar o alumínio no cimento, ou no gesso, é conveniente protegê-lo com papel, plástico ou verniz.

c) Contacto com a madeira
As madeiras de carpinteiro secas, não têm qualquer acção sobre o alumínio. No entanto, o carvalho e o castanheiro, produzem uma racção àcida, em presença da humidade.É pois útil pintá-las ou lacá-las, antes de as meter em contacto com o alumínio.

Processo de anodização

a) DÉGRASSAGE
Tem por finalidade remover impurezas, gorduras, etc. É utilizado um solvente em banho ou fase vapor. Este banho é constituído por produtos básicos que saponificam os corpos e realizam uma dispersão no banho.

b) DECAPAGEM
Existem banhos de decapagem ácida ou alcalina. Os banhos de decapagem alcalina dão, nas ligas à base de cobre, um tom negro, que desaparece por neutralização em solução de ácido nítrico. Tem como função avivar as superfícies.

c) ACETINAGEM
É o banho que dá aos perfis um aspecto mate, por modificação do estado da superfície. Não é aplicado aos perfis polidos ou peças de fundição. Pode ser obtido através de tratamentos mecânicos ou químicos.

d) NEUTRALIZAÇÃO
Por imersão em solução de hidrogenocarbonato de amónio ou carbonato de potássio e tratamento com ácido nítrico que tem por função neutralizar a acção da soda cáustica,
esbranquear e tornar as superfícies mais receptivas à cor.

e) ANODIZAÇÃO
Consiste num banho de água acidulada que tem por função criar uma camada de óxido
de alumínio (alumina) que se vai depositar nas superfícies dos perfis por intermédio
de uma electrólise. Os principais parâmetros a considerar são:
- Duração da operação
- Temperatura do banho
- Intensidade da corrente
- Concentração do electrólito

O alumínio a anodizar é fixado ao pólo positivo (ânodo), de um gerador de corrente contínua, e submerso dentro de uma tina, que contém normalmente 20% de ácido sulfúrico em água. A tina é ligada ao pólo negativo do gerador (cátodo). A tensão de alimentação está compreendida entre 14 a 20 volts, e a intensidade entre 1,2 e 1,3 A/dm2. Esta intensidade tem tendência para aquecer o banho, cuja temperatura deve, rigorosamente, fixar-se nos 18º C, no máximo, para uma boa anodização. É preciso portanto, refrigerar intensamente o banho, sendo necessária uma boa instalação frigorífica. Logo que a corrente é posta a circular dá-se a electrólise e o desprendimento de oxigénio no ânodo, ou seja, à volta do alumínio a tratar. Este oxigénio ataca o metal, e dá começo à formação da camada de óxido ou alumina. A espessura da camada está dependente da duração da anodização. Para espessuras de 15 microns, deixa-se passar a corrente durante 50 minutos aproximadamente.

Propriedades da camada de óxido
Ao retirar-se o alumínio anodizado da tina, a camada é transparente e porosa, tendo de ser feita a coloração e a fixação do corante por meio de uma colmatagem ou selagem. A espessura da camada é, por um lado, definida pela utilização e, por outro lado, pelo processo utilizado. Para a arquitectura interior 5 a 10 microns são em geral suficientes. Para a arquitectura exterior a escolha da espessura é ditada principalmente pelos factores de localização. Assim, normalmente, aplicam-se as seguintes regras:

- Regiões de poluição atmosférica mínima: cerca de 10 microns
- Regiões de poluição atmosférica média a alevada (indústrias): cerca de 15 microns
- Regiões de poluição elevada e outros factores negativos (indústria e clima marítimo): cerca de 20 microns

f) COLORAÇÃO
A coloração pode ser obtida através de:

- Corantes orgânicos através de um processo de imersão
- Corantes minerais: processo electrólitico

Os poros são utilizados para reter os corantes. O alumínio é mergulhado num banho de cor e as moléculas de corante vão depositar-se no interior dos poros.

g) PRÉ-COLMATAGEM
Consiste num banho com acetato de níquel ou cobalto a 5 ou 10%, e cujo efeito dos sais é a deposição rápida dos óxidos que fixam o corante e minimizam qualquer possível descoloração durante a colmatagem propriamente dita.

h) COLMATAGEM
É realizada em água a ferver, destilada e desionizada. Tem por finalidade a eliminação dos poros da camada anódica e como resultado uma maior resitência dos revestimentos à corrosão. Consiste fundamentalmente na hidratação da alumina, ou seja, enquanto a alumina anidra na oxidação anódica é transformada em alumina mono-
hidratada, produzinso-se, assim, uma camada praticamente isenta de poros e contínua.

Possibilidade de tratamento prévio e suas consequências

a) Anodização sem tratamento prévio (anodização industrial)
Para anodizar sem tratamento prévio, não se faz mais do que desengordurar ou decapar
levemente o alumínio. Os sulcos de extrusão, as arranhadelas, os locais de fricção e
a corrosão são visíveis.

b) Acetinagem química
Ataque da superfície do metal com soda caústica, que provoca o desaparecimento de quaisquer defeitos.

c) Esmerilar e anodizar
Com o esmerilar, a superfície adquire uma estrutura regular, ficando a superfície com
um aspecto mate após a anodização.As irregularidades de superfície são eliminadas por
esta operação.

d) Escovado e anodizado
Escovando a superfície com uma escova de sisal, esta adquire um aspecto regular e claro. As arranhadelas e raiagens são eliminadas parcialmente.

e) Polido e anodizado
Polindo o alumínio, este obtém uma superfície lisa quase brilhante.As irregularidades
são eliminadas com dificuldade, mas no entanto, niveladas.

f) Esmerilado, escovado e anodizado
Com a esmerilagem e a escovagem, obtém-se uma superfície própria, regular e clara. As
irregularidades de superfície são normalmente eliminadas.

g) Esmerilado, polido e anodizado
A superfície apresenta um aspecto liso brilhante, praticamente sem defeitos. As irregularidades de superfície são normalmente eliminadas.

h) Avivamento
O metal anodizado, que sai da colmatagem é lustrado por correias sobre as quais são
montados tampões de algodão.

Conservação do alumínio

A conservação do alumínio é função do meio ambiente em que o material está inserido. Assim, quanto mais agressivo for o meio ambiente maior deverá ser a periodicidade de conservação do mesmo. Esta deverá ser feita com água corrente. Não significa, no entanto, que não haja produtos no mercado para limpeza do alumínio, comercializados por casas da especialidade.

Termolacagem

O tratamento da superfície conhecido por termolacagem, é um processo de preotecção superficial para alumínio. Consiste em depositar sobre o material previamente tratado, resina pulverizada, a qual se fixa na superfície por forças de atracção electroestática, pois tanto o alumínio como o pó, estão carregados electricamente, mas com cargas de sinais contrários. Posteriormente, o material com o pó depositado é levado para um forno onde, a temperatura variando entre os 180º C e 240º C, a resina é polimerizada.

A camada protectora assim obtida, tem uma espessura média de 70 microns e apresenta como diferença principal em relação ao processo clássico da anodização, o facto de este ser o resultado de alteração superficial do metal e portanto, sua parte integrante, enquanto na termolacagem a protecção resulta da adição de um material estranho, o qual se deposita por cima do metal.

A utilização do termolacado, começou na década de 50, nos EUA, donde passou para a Alemanha em 1966. A partir de 1970, começou a difusão pelo resto da Europa com aplicação sobretudo na construção civil. Este processo obteve grande sucesso pela variedade de cores que permite e porque devido ao seu aspecto não metálico e "quente" aliado às características naturais do alumínio, tais como resistência e facilidade de transformação, permitem uma maior personalização dos elementos onde é aplicado.

De forma a não se diversificarem os pedidos e racionalizar o fabrico, foi estabelecido um catálogo de cores, denominado "CATÁLOGO RAL", em que cada cor está numerada de acordo com as normas DIN.

Processo de Termolacagem Industrial

a) Montagem
Os perfis, chapas ou estruturas em alumínio, são colocados em suportes adequados, a fim de poderem receber os diversos tratamentos posteriores.
Na fase de colocação, é necessário ter atenção ao posicionamento dos elementos, de modo a que as faces visíveis possam receber a pintura nas melhores condições possíveis e simultaneamente evitar-se a formação de depósitos de água durante o pré-tratamento.
Ainda se observa se existem defeitos na superfície do alumínio a pintar, os quais se eliminam imediatamente, por meios mecânicos (lixadora portátil).

b) Pré-Tratamento
Antes de se proceder à pintura do alumínio, é imprescindível preparar a sua superfície, para que a protecção anti-corrosiva e a aderência da tinta sejam perfeitas. Para que isso aconteça, é necessário proceder-se a um processo químico que compreende as seguintes fases:
- Lavagem: com água corrente
- Decapagem: através de uma solução de produtos fortemente alcalinos que uniformizam a superfície, eliminando o óxido natural do alumínio.
- Lavagem: com água corrente
- Cromatização: consiste no tratamento do metal numa solução aquosa que contem iões hexavalentes de crómio. Nesta fase, a mais importante do pré-tratamento, consegue-se proteger a superfície do alumínio contra a corrosão e prepará-lo para uma boa aderência da tinta.
- Lavagem: com água corrente.
- Lavagem: com água desionizada, para eliminar as impurezas das águas da rede.
- Secagem: em estufa de ar quente.

c) Pintura
No túnel de pintura, projecta-se a tinta de poliester com a cor desejada, na superfície do alumínio, mediante pistolas electroestáticas.Por diferença de carga eléctrica, a tinta recobre a superfície que se pretende pintar, com camadas uniformes de 60 a 80 microns de espessura e numa única alicação.

d) Polimerização
Depois da tinta aplicada, e durante 10 minutos, o alumínio passa para um forno onde, a temperatura da ordem dos 220 ºC, se procede à polimerização da tinta.

e) Controlo
Concluído o processo, realizam-se por amostragem, os seguintes controlos:
- raiado
- embutido ERICHSEN
- impacto
- dobragem
- corte e mecanização
- medição de espessura

Outros Tipos de Resina

Além das tintas à base de resina de poliester, outros tipos de resinas podem ser utilizados, tais como as resinas Epoxy para interiores e Poliuretano para exteriores. Contudo, as resinas Epoxy, uma vez polimerizadas e em contacto com as radiações ultravioletas da luz solar, degradam-se rapidamente, o que faz perder 2 a 4 microns de espessura anualmente, bem como vão perdendo gradualmente brilho, tornando-se mates, peloque devem ser aplicadas em interiores. As resinas de Poliuretano, são resistentes à luz solar e à intempérie, mas a sua polimerização, produz vapores tóxicos, perca de espessura e de aderência de camada, o que torna o processo de fabrico complexo.
Do que atrás foi exposto, conclui-se que as resinas de poliester são as mais aconselhadas para utilização em alumínio.

Controlo de Qualidade

De uma maneira geral, o termolacado quando comparado com o anodizado comporta-se melhor em relação aos agentes químicos, fundamentalmente devido à maior espessura da camada protectora, mas em contrapartida comporta-se pior em relação aos agentes físicos (neste aspecto a anodização tem um comportamento excepcional) pois perde o brilho quando riscado embora não perca a camada de tinta.

Como propriedades principais (que deverão ser garantidas pelo fabricante por um período de 5 anos o termolacado apresenta:

- resistência à luz
- resitência à intempérie
- grande resistência ao cimento e ao gesso

A limpeza deve ser feita com água e detergente líquido neutro. A limpeza com gasolina, acetonas ou dissolventes é desaconselhada, pois produz imediata perda do brilho das camadas.
- resistência mecânica (os perfis podem ser transformados sem que com isso se destrua a camada protectora).

Fossas Sépticas

As fossas sépticas são um benfeitoria complementar para as moradias. São uma alternativa para casas localizadas em zonas que não têm sistema público de colecta e tratamento de esgotos. São fundamentais no combate a doenças, pois evitam o lançamento de dejectos humanos directamente nos rios, lagos ou mesmo à superfície do solo. A fossa não é mais do que um tanque enterrado, que recebe os esgotos, retém a parte sólida e inicia o processo biológico de purificação da parte líquida (efluente). Mas é necessário que esses efluentes sejam infiltrados no solo para completar o processo biológico de purificação e eliminar os riscos de contaminação.

As fossas não devem ficar muito perto das casas, para evitar maus cheiros, nem muito longe, para evitar tubagens extensas, que são mais caras e exigem fossas mais profundas, devido ao desnível da tubagem. A distância recomendada é de 6 metros.

Devem ser construídas do lado da casa de banho, para evitar curvas nas canalizações. Também deve ficar num nível mais baixo do terreno e longe de poços ou de qualquer outra fonte de captação de água (no mínimo a 30 metros de distância), para evitar contaminações, no caso de um eventual vazamento.

O tamanho da fossa depende do número de habitantes da moradia. É dimensionada em função de um consumo médio de 200 litros de água por pessoa, por dia. A sua capacidade, entretanto, nunca deve ser inferior a 1000 litros.

Podem ser de 2 tipos:

- Pré-moldadas
- Feitas no local

PRÉ-MOLDADAS

Têm formato cilindrico. No mercado há 2 tipos, independentemente da sua capacidade:

- Inteiriças, constituídas de uma única peça
- De anéis, com encaixes macho fêmea, para sobreposição

Para volumes maiores é recomendável que a altura não seja superior ao dobro do diâmetro, para que a fossa funcione bem. Prestar atenção a este detalhe, principalmente quando a fossa séptica for de anéis sobrepostos.

A instalação de uma fossa séptica pré-moldada começa pela escavação de um buraco onde ela vai ficar enterrada, no terreno; em seguida, o fundo do buraco deve ser compactado, nivelado e coberto com uma camada de 5 cm de betão pobre. Finalmente, a fossa pré-moldada é colocada no lugar.

Nas fossas de anéis sobrepostos, é preciso fazer uma laje de 7 cm de betão armado no fundo do buraco, sobre uma camada de betão pobre.

A tubagem que liga a caixa de inspecção (da rede de esgoto da moradia) à fossa séptica deve ter um desnível de 2%, no mínimo, ou seja, 2 cm por m de tubagem. Portanto, o topo do buraco da fossa deverá ficar num nível inferior ao da saída da caixa de inspecção.

FEITAS NO LOCAL

Têm formato rectangular. Para funcionarem bem, devem ter dimensões específicas, que proximamente serão reveladas, que estão tabeladas.

A execução deste tipo de fossa também começa pela escavação do buraco, onde a fossa vai ficar enterrada. O fundo do buraco deve ser compactado, nivelado e coberto com uma camada de 5 cm de betão pobre, e faz-se uma laje de betão armado de 7 cm de espessura.

Uma forma fácil e económica de construir este tipo de fossa é usar blocos de cimento
e placas pré-moldadas de cimento. As paredes são feitas com blocos de cimento de 15 ou 20 cm de espessura. Durante a execução da alvenaria devem também ser colocados os
tubos de limpeza, de entrada e saida da fossa e deixadas ranhuras para encaixe das
placas pré-moldadas.

LIGAÇÃO DA REDE DE ESGOTO À FOSSA

A rede de esgoto da moradia deve passar inicialmente por uma caixa de inspecção, que serve para fazer a manutenção periódica da tubagem facilitando o desenvolvimento, em caso de necessidade. Essa caixa deve ter 60*60 cm e uma profundidade de 50 cm. Deve ser construída a cerca de 2,00 metros da casa, numm buraco de 1*1 m, com uma profundidade de 50 cm a 1 metro. O fundo desse buraco deve ser bem compactado e receber uma camada de betão pobre. As paredes da caixa podem ser feitas com blocos
de cimento de 10 cm de largura.

O fundo e as paredes dessa caixa devem ser revestidos com uma argamassa à base de
cimento. A caixa de inspecção é coberta com uma placa pré-moldada de betão com 5 cm
de espessura. A ligação da rede de esgoto da moradia à fossa séptica deve ser feita
com tubos de 10 cm de diâmetro, assentes numa vala e bem unidos entre si. O fundo da
vala deve ter um desnível de 2%, no sentido da caixa de inspecção para a fossa séptica, ser bem nivelado e compactado.

DISTRIBUIÇÃO DOS EFLUENTES NO SOLO

Há 2 formas de distribuir os efluentes no solo:

- Valetas de Infiltração
- Sumidouros

A utilização de um ou de outro vai depender do tipo de solo (mais poroso ou menos poroso) e dos recursos disponíveis para a sua execução.

Valetas de Infiltração

Este sistema consiste na escavação de uma ou mais valetas, nas quais são colocados tubos que permitem, ao longo do seu comprimento, escoar para dentro do solo os efluentes provenientes da fossa séptica.

O comprimento total dessas tubagens dependem do tipo de solo e da quantidade de efluente a ser tratado. Em terrenos mais porosos (como arenosos), 8 metros de tubagem por pessoa é suficiente. Em terrenos menos porosos (como argilosos), são necessários 12 metros de tubagem por pessoa. Entretanto, para um bom funcionamento do sistema, cada linha de tubos não deve ter mais de 30 metros.

Quando o terreno não permite a construção das valetas nas quantidades e nos comprimentos necessários, pode ser feito um número maior de ramificações, de comprimentos menores. É o caso da ocorrência de obstáculos (uma árvore ou rocha) ou da inexistência de espaço suficiente (limite da propriedade).

Os tubos devem ter 10 cm de diâmetro e ser assentes sobre uma camada de 10 cm de pedra britada ou cascalho, colocadas no fundo das valetas de infiltração. Os 4 primeiros tubos que saiem da fossa devem ser unidos entre si. Entre os demais tubos deve ser deixado um espaço de 0,5 cm, para permitir o vazamento do efluente à medida que ele desce pelos tubos. Junto a esses espaços, os tubos devem ser cobertos (apenas na parte de cima) com um pedaço de lona plástica ou outro material impermeável, para evitar a entrada de terra na tubagem. Em seguida as valetas são fechadas com uma camada de brita, até meia altura e o restante com o próprio solo. Nos entroncamentos ou ramificações de tubos é recomendável o uso de caixas de distribuição.

Sumidouro

É um poço sem laje de fundo que permite a penetração do efluente da fossa séptica no solo.

O diâmetro e a profundidade dos sumidouros depende das quantidades de efluentes e do tipo de solo. Mas não devem ter menos de 1 metro de diâmetro e mais de 3 metros de profundidade.

Os sumidouros podem ser feitos em blocos de cimento ou com anéis pré-moldados de cimento. A construção de um sumidouro começa pela escavação de um buraco no local escolhido, a cerca de 3 metros da fossa séptica e num nível um pouco mais baixo, para facilitar o escoamento dos efluentes por gravidade. A profundidade do buraco deve ser de 80 cm maior que a altura final do sumidouro. É recomendável que o diâmetro dos sumidouros com paredes de blocos de cimento não seja inferior a 1,5 metros para facilitar o assentamento. Os blocos só serão assentes com argamassa de cimento e areia nas juntas horizontais. As juntas verticais não devem receber argamassa de assentamento, para facilitar o escoamento dos efluentes.

Se as paredes forem feitas com anéis pré-moldados de cimento, devem ser apenas colocados uns sobre os outros, sem nenhum rejuntamento, para permitir o escoamento dos efluentes.