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21 setembro, 2006

Fossas Sépticas

As fossas sépticas são um benfeitoria complementar para as moradias. São uma alternativa para casas localizadas em zonas que não têm sistema público de colecta e tratamento de esgotos. São fundamentais no combate a doenças, pois evitam o lançamento de dejectos humanos directamente nos rios, lagos ou mesmo à superfície do solo. A fossa não é mais do que um tanque enterrado, que recebe os esgotos, retém a parte sólida e inicia o processo biológico de purificação da parte líquida (efluente). Mas é necessário que esses efluentes sejam infiltrados no solo para completar o processo biológico de purificação e eliminar os riscos de contaminação.

As fossas não devem ficar muito perto das casas, para evitar maus cheiros, nem muito longe, para evitar tubagens extensas, que são mais caras e exigem fossas mais profundas, devido ao desnível da tubagem. A distância recomendada é de 6 metros.

Devem ser construídas do lado da casa de banho, para evitar curvas nas canalizações. Também deve ficar num nível mais baixo do terreno e longe de poços ou de qualquer outra fonte de captação de água (no mínimo a 30 metros de distância), para evitar contaminações, no caso de um eventual vazamento.

O tamanho da fossa depende do número de habitantes da moradia. É dimensionada em função de um consumo médio de 200 litros de água por pessoa, por dia. A sua capacidade, entretanto, nunca deve ser inferior a 1000 litros.

Podem ser de 2 tipos:

- Pré-moldadas
- Feitas no local

PRÉ-MOLDADAS

Têm formato cilindrico. No mercado há 2 tipos, independentemente da sua capacidade:

- Inteiriças, constituídas de uma única peça
- De anéis, com encaixes macho fêmea, para sobreposição

Para volumes maiores é recomendável que a altura não seja superior ao dobro do diâmetro, para que a fossa funcione bem. Prestar atenção a este detalhe, principalmente quando a fossa séptica for de anéis sobrepostos.

A instalação de uma fossa séptica pré-moldada começa pela escavação de um buraco onde ela vai ficar enterrada, no terreno; em seguida, o fundo do buraco deve ser compactado, nivelado e coberto com uma camada de 5 cm de betão pobre. Finalmente, a fossa pré-moldada é colocada no lugar.

Nas fossas de anéis sobrepostos, é preciso fazer uma laje de 7 cm de betão armado no fundo do buraco, sobre uma camada de betão pobre.

A tubagem que liga a caixa de inspecção (da rede de esgoto da moradia) à fossa séptica deve ter um desnível de 2%, no mínimo, ou seja, 2 cm por m de tubagem. Portanto, o topo do buraco da fossa deverá ficar num nível inferior ao da saída da caixa de inspecção.

FEITAS NO LOCAL

Têm formato rectangular. Para funcionarem bem, devem ter dimensões específicas, que proximamente serão reveladas, que estão tabeladas.

A execução deste tipo de fossa também começa pela escavação do buraco, onde a fossa vai ficar enterrada. O fundo do buraco deve ser compactado, nivelado e coberto com uma camada de 5 cm de betão pobre, e faz-se uma laje de betão armado de 7 cm de espessura.

Uma forma fácil e económica de construir este tipo de fossa é usar blocos de cimento
e placas pré-moldadas de cimento. As paredes são feitas com blocos de cimento de 15 ou 20 cm de espessura. Durante a execução da alvenaria devem também ser colocados os
tubos de limpeza, de entrada e saida da fossa e deixadas ranhuras para encaixe das
placas pré-moldadas.

LIGAÇÃO DA REDE DE ESGOTO À FOSSA

A rede de esgoto da moradia deve passar inicialmente por uma caixa de inspecção, que serve para fazer a manutenção periódica da tubagem facilitando o desenvolvimento, em caso de necessidade. Essa caixa deve ter 60*60 cm e uma profundidade de 50 cm. Deve ser construída a cerca de 2,00 metros da casa, numm buraco de 1*1 m, com uma profundidade de 50 cm a 1 metro. O fundo desse buraco deve ser bem compactado e receber uma camada de betão pobre. As paredes da caixa podem ser feitas com blocos
de cimento de 10 cm de largura.

O fundo e as paredes dessa caixa devem ser revestidos com uma argamassa à base de
cimento. A caixa de inspecção é coberta com uma placa pré-moldada de betão com 5 cm
de espessura. A ligação da rede de esgoto da moradia à fossa séptica deve ser feita
com tubos de 10 cm de diâmetro, assentes numa vala e bem unidos entre si. O fundo da
vala deve ter um desnível de 2%, no sentido da caixa de inspecção para a fossa séptica, ser bem nivelado e compactado.

DISTRIBUIÇÃO DOS EFLUENTES NO SOLO

Há 2 formas de distribuir os efluentes no solo:

- Valetas de Infiltração
- Sumidouros

A utilização de um ou de outro vai depender do tipo de solo (mais poroso ou menos poroso) e dos recursos disponíveis para a sua execução.

Valetas de Infiltração

Este sistema consiste na escavação de uma ou mais valetas, nas quais são colocados tubos que permitem, ao longo do seu comprimento, escoar para dentro do solo os efluentes provenientes da fossa séptica.

O comprimento total dessas tubagens dependem do tipo de solo e da quantidade de efluente a ser tratado. Em terrenos mais porosos (como arenosos), 8 metros de tubagem por pessoa é suficiente. Em terrenos menos porosos (como argilosos), são necessários 12 metros de tubagem por pessoa. Entretanto, para um bom funcionamento do sistema, cada linha de tubos não deve ter mais de 30 metros.

Quando o terreno não permite a construção das valetas nas quantidades e nos comprimentos necessários, pode ser feito um número maior de ramificações, de comprimentos menores. É o caso da ocorrência de obstáculos (uma árvore ou rocha) ou da inexistência de espaço suficiente (limite da propriedade).

Os tubos devem ter 10 cm de diâmetro e ser assentes sobre uma camada de 10 cm de pedra britada ou cascalho, colocadas no fundo das valetas de infiltração. Os 4 primeiros tubos que saiem da fossa devem ser unidos entre si. Entre os demais tubos deve ser deixado um espaço de 0,5 cm, para permitir o vazamento do efluente à medida que ele desce pelos tubos. Junto a esses espaços, os tubos devem ser cobertos (apenas na parte de cima) com um pedaço de lona plástica ou outro material impermeável, para evitar a entrada de terra na tubagem. Em seguida as valetas são fechadas com uma camada de brita, até meia altura e o restante com o próprio solo. Nos entroncamentos ou ramificações de tubos é recomendável o uso de caixas de distribuição.

Sumidouro

É um poço sem laje de fundo que permite a penetração do efluente da fossa séptica no solo.

O diâmetro e a profundidade dos sumidouros depende das quantidades de efluentes e do tipo de solo. Mas não devem ter menos de 1 metro de diâmetro e mais de 3 metros de profundidade.

Os sumidouros podem ser feitos em blocos de cimento ou com anéis pré-moldados de cimento. A construção de um sumidouro começa pela escavação de um buraco no local escolhido, a cerca de 3 metros da fossa séptica e num nível um pouco mais baixo, para facilitar o escoamento dos efluentes por gravidade. A profundidade do buraco deve ser de 80 cm maior que a altura final do sumidouro. É recomendável que o diâmetro dos sumidouros com paredes de blocos de cimento não seja inferior a 1,5 metros para facilitar o assentamento. Os blocos só serão assentes com argamassa de cimento e areia nas juntas horizontais. As juntas verticais não devem receber argamassa de assentamento, para facilitar o escoamento dos efluentes.

Se as paredes forem feitas com anéis pré-moldados de cimento, devem ser apenas colocados uns sobre os outros, sem nenhum rejuntamento, para permitir o escoamento dos efluentes.

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